quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Haiti e os animais em risco

Um ano após o terremoto do Haiti, a WSPA faz um balanço do trabalho de socorro prestado aos animais do país ">www.animaisos.org/?n=2122

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Gato perdido há 11 anos regressa a casa

Salem é uma gatinha de Halsowen, no Reino Unido que, há 11 anos foi oferecida a Chloé quando ela tinha 6 anos. Na noite de Natal, e depois de 11 anos a viajar sabe ela por onde, decidiu voltar para casa e a sua identidade foi confirmada graças ao chip. Depois de uma vida, certamente, bastante preenchida, quis passar a sua velhice na sua antiga casa. Para quem espera e ainda não desesperou, vale sempre a pena ter esperança.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Las Adelitas - O futuro do México e as mulheres.

Erika Gandara e Marisol  Valles Garcia. Não são famosas, não apareceram na televisão, poucos reconhecem os seus nomes e menos ainda no seu país, o México, cada vez mais assolado pela violência e atolado no medo. Na violência extrema que redunda no medo e no medo atávico que alimenta a violência, num ciclo alienante de morte e desesperança que se espelha nos rostos mexicanos apesar de sorridentes e , aparentemente, afáveis..
Erika Gandara - de 28 anos -  era, até anteontem, a única polícia da sua cidade, Guadalupe, de 9000 habitantes, no estado de Chiuahua, a 60 Km de Ciudad Juarez - a Disneylândia dos femicidas impunes - . A única. Os seus colegas foram sossobrando:  foram mortos ou desistiram da sua missão. Com menos recursos a todos os níveis, os polícias rendem-se; vendem-se ou morrem. E assim aconteceu aos seus 10 colegas de profissão. Erika dizia que era a Lei e, de facto, era-o. Não se queria dedicar ao trabalho social nem sarar as feridas da luta perdida à partida contra o narcotráfico. Queria combater o narcotráfico, queria combater os narcotraficantes que executam, torturam, contaminam, violam, mutilam e sangram pessoas e espíritos. Uma rapariga sozinha num país onde o machismo atinge um grau que assusta um europeu, mesmo do Sul. Uma rapariga contra homens infames, que farejam o lucro com uma avidez brutal, incompatível com a vida. Uma rapariga, munida apenas de uma espingarda automática e de uma inspiração quixotesca, de uma crença inabalável na justiça e no que está bem, como algo diametralmente oposto ao que está mal e faz mal. Uma rapariga num país em que é legítimo ser morta só por ser rapariga.
Se tinha medo? Sim, como toda a gente, disse ela. Mas o seu medo não era a questão. Essa era a missão da sua vida. Era solteira e não tinha filhos mas queria um mundo melhor e reconhecia-se, a si própria o direito e o dever de contribuir para ele.
Erika Gandara foi sequestrada anteontem. Um grupo de homens armados invadiu a sua casa, incendiando-a e levou-a para parte incerta. Ainda não foi encontrada. Uma rapariga sozinha nalgum lugar, prisioneira,torturada e executada.
Erika Gandara era a Lei e esses homens fizeram com ela o que fazem com a Lei, todos os dias. Mas Erika era única. A única que ousou e, de acordo, com a sua Lei, ganhou.

Marisol Valles Garcia, de 20 anos. Casada e mãe de um bébé de 1 ano. É a chefe de polícia da cidade de Praxedis Guerrero, perto de Guadalupe e Ciudad Juarez. É estudante de Criminologia. Foi a única pessoa que se candidatou ao posto, após o seu ocupante anterior ter sido decapitado pelos narcotraficantes. Lidera uma equipa composta praticamente por mulheres. Mulheres que são também elas mães e esposas e combatentes do caos que se instala, dia a dia,  no norte do México. A comunidade chama-lhe ' Adelita', uma personagem folclórica que vem dos tempos da Revolução Mexicana e que designa as mulheres-soldado, lutadoras e corajosas. . No dia em que assumiu o seu posto, a fachada da esquadra recebeu uma saraivada de metralhadora. Diz que tem medo, que é normal, mas que não é normal viver com  medo. Diz , com a doçura e a convicção dos seus 20 anos, que tudo é possível, que basta a acreditar. Vive num país em que as pessoas deixaram de acreditar, em que se fecham em casa com medo de morrer, em que imigram para escapar à miséria e à morte, num país em que o único papel e status destinados à mulher é o casamento e a maternidade múltipla e diz que é preciso acreditar na mudança. E acredita. E com os seu aspecto diminuto, senta-se atrás da sua secretária, acreditando, com a sua fé inefável, que a história e o seu fim não têm de ser, necessariamente, os mesmos.

La Flor Más Grande del Mundo - José Saramago

Se lhe acontecer a si, não vire as costas!

Se lhe acontecer a si, não vire as costas!

Para quem acha que os animais e as crianças não devem viver na mesma casa...